O Terapeuta da Fala pode intervir desde os primeiros dias de vida até à terceira idade. O processo de envelhecimento é determinado por fatores que estão presentes desde o nascimento e se desenvolvem ao longo da vida, de acordo com variações individuais.
Durante esse processo ocorrem mudanças naturais na laringe e nas estruturas envolvidas na fonação. As vozes de pessoas idosas são caracterizadas por rouquidão, soprosidade, afonia (perda de voz), fadiga vocal, esforço na projeção vocal, redução da extensão vocal, voz tremula e instável, dificuldade no controlo da intensidade vocal, dificuldade na coordenação pneumofonoarticulatória (respiração e voz), dor na região da cintura escapular e sensação de ardor ou “corpo estranho na garganta”, como muitos referem.
Os órgãos fonoarticulatórios (lábios, língua, bochechas, laringe) são constituídos por músculos que, com o envelhecimento, acabam por ficar flácidos, com rigidez ou até atróficos. São também evidentes alterações músculo-esqueléticas por diminuição ou perda da elasticidade e dos movimentos.
Refere-se também a deterioração da audição que influencia negativamente a comunicação.
Com o avanço da idade podem surgir também patologias que requerem atenção especializada. Os idosos com problemas de deglutição ou mastigação, que sofreram um AVC ou enfrentam uma doença degenerativa , acabam por ter uma fala e uma comunicação também afetadas.
Face às mudanças ou doenças inerentes ao processo de envelhecimento, há alterações da função comunicativa (expressão e compreensão) do indivíduo.
Todos estes fatores têm impacto na funcionalidade, levando a desvantagens na eficiência da comunicação e um impacto negativo na qualidade de vida, comprometendo os mecanismos de socialização, manutenção da autonomia e sensação de bem-estar.
O Terapeuta da Fala pode fazer a diferença através do tratamento das várias áreas comprometidas. Promover uma deglutição segura, melhorar a capacidade de mastigação e respiração, fortalecer as cordas vocais e músculos laríngeos, melhorar a articulação da fala, recuperar as capacidades de comunicação melhorando a interação social, reduzir a sintomatologia do AVC ou doenças degenerativas, promover a autonomia diária e, assim melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa.