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Ao longo dos anos a população idosa tem vindo a aumentar mundialmente e Portugal não é excepção. As últimas estatísticas relativamente à população nacional evidenciam que por cada 100 Jovens existem 178,4 Idosos sendo a esperança média de vida à nascença de 81 anos. Comparando com anos anteriores, estes dados representam uma tendência nacional crescente de envelhecimento populacional e consequentemente, inerente ao processo natural de envelhecimento, surgem as doenças crónicas tais como, demências, alzheimer, doenças cérebro-cardiovasculares, respiratórias, renais, bem como, alterações na pele.

A pele é o órgão que reveste o corpo, tendo um papel significativo nas relações com o meio exterior e interior, actuando como barreira face a possíveis factores agressores extrínsecos. Devido a isto, com o passar dos anos a pele vai sofrendo alterações profundas na sua constituição, tornando-se mais fina, menos elástica e mais frágil, o que para o Idoso vai ser sinónimo de maior susceptibilidade ao desenvolvimento de lesões cutâneas, crónicas e agudas tais como úlceras por pressão, contusões, abrasões e lacerações.

Prevenção de feridas no Idoso

O tipo de lesão cutânea com maior incidência no Idoso é a úlcera por pressão, por definição, localizada na pele e/ou tecido subjacente, normalmente sobre uma proeminência óssea, em resultado da pressão ou da combinação entre pressão e forças de torção. Existem factores extrínsecos, tais como, limitações da mobilidade, alterações cognitivas, doenças crónicas, doenças de fim de vida, défices nutricionais e ainda factores intrínsecos, como pressão, fricção, forças de cisalhamento/deslizamento e microclima (humidade, temperatura da pele e circulação de ar) que podem contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento de uma úlcera por pressão.  

De modo a prevenir o seu desenvolvimento, recomenda-se a implementação de medidas importantes de prevenção, tais como o posicionamento dos Idosos tendo em conta o seu grau de dependência e o seu estado de saúde, minimizando a área de pressão nas proeminências ósseas tais como, calcâneos, cotovelos, omoplatas, região sacro-coccígea e pavilhão auricular. Aconselha-se a utilização de colchões viscoelásticos ou de pressão alterna e almofadas adequadas à distribuição uniforme da pressão bem como a limpeza e hidratação adequada da pele, mobilização articular dos Idosos e planos nutricionais adequados. 

Relativamente às lesões agudas, também estas com representatividade nesta faixa etária, salientam-se os pequenos traumas, como contusões, lacerações e abrasões. Como estratégias preventivas pode incluir-se a garantia de um espaço seguro e livre de riscos, sem obstáculos à mobilidade do Idoso e com proteção de locais pontiagudos, uso de roupa confortável com tamanho adequado, de modo a não restringir a actividade física e a não causar qualquer tipo de atrito ou irritação na pele. De acrescentar, à semelhança do referido anteriormente, a adequada ingestão hídrica e hidratação da pele.

A prevenção das lesões cutâneas no Idoso é um tópico de grande relevância na prestação de cuidados geriátricos de excelência. A implementação das medidas preventivas referidas anteriormente relativas ao cuidado com a pele, à nutrição adequada, à mobilização articular e ao posicionamento dos Idosos vai minimizar o desenvolvimento de lesões e assim assegurar a prestação de cuidados seguros e de qualidade. Para isto, é necessário a multidisciplinaridade entre enfermeiros, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas e auxiliares de saúde, no sentido de prevenir lesões cutâneas e garantir uma pele saudável livre de complicações dermatológicas. 

Carina Duarte Costa – Enfermeira da DomusVi Júlio Dinis